segunda-feira, 30 de abril de 2007

quinta-feira, 26 de abril de 2007


Há dias assim, em que nos sentimos presos, encurralados, num mundo que não é o nosso.

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Enquanto há força



Enquanto há força
No braço que vinga
Que venham ventos
Virar-nos as quilhas
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também


Levanta o braço
Faz dele uma barra
Que venha a brisa
Lavar-nos a cara
Seremos muitos
Seremos alguém
Cantai rapazes
Dançai raparigas
E vós altivas
Cantai também

Versos e Música de José Afonso

domingo, 22 de abril de 2007

Olhar sobre Lisboa




quarta-feira, 18 de abril de 2007

domingo, 15 de abril de 2007




Sentou-se no mesmo lugar onde há mais de 20 anos se sentava. Do mesmo saco, já tantas vezes roto e cosido, retirou o velhinho caderno de apontamentos.Amarelecido do tempo. As páginas, essas, ainda sobravam para outros 20 anos.
Os óculos grandes de massa preta tapavam-lhe o olhar. Num gesto delicado, aproximava-se todos os dias, à mesma hora, daquela mesa, no topo da cidade. Num só movimento puxava a cadeira. O empregado, um velho conhecido, pousava na mesa um café. Curto, em chávena escaldada.
Seguia-se o ritual. uma espécie de culto, de magia, de tradição ou apenas um movimento rotineiro.
Puxava de um cigarro e de um fósforo. Sempre o acendera com fósforo, que depois apagava com o seu sopro forte.
A chávena pequena segurava-a na palma da mão. Aos poucos, em pequenos tragos, saboreava-o enquanto o cigarro ardia.
Com todos o vícios satisfeitos, puxava do caderno e num gesto já tantas vezes repetido colocava-o em cima da mesa. Escrevia a lápis, nunca a caneta. E era nesse momento que ganhava vida, mesmo que essa vida significasse 20 anos de espera.

sábado, 14 de abril de 2007